EM BUSCA DA IGUALDADE

“Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.”

(Karl Marx)

Uma sociedade democrática, justa e humanitária pressupõe o respeito a todas as pessoas e a garantia de direitos, independente de sexo, cor, idade, condições físicas, mentais e orientação sexual. Esta é uma disposição de nossa Lei maior, desde 1988. Cabe aos conselhos promoverem a discussão na sociedade, estimulando a transformação da mentalidade antiga para estes novos conceitos, visão de homens e mulheres, combatendo as desigualdades e valorizando a diversidade humana, em que todas as diferenças são fundamentais.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Reportagem Revista Veja: Analise as razões de quem troca de sexo em busca da felicidade


Analise as razões de quem troca de sexo em busca da felicidade



A reportagem
 "Mudança Precoce" aborda um tema que certamente já fez parte da vivência de seus alunos: a chegada da puberdade, com as transformações e as práticas sexuais associadas a ela. Na maioria dos casos, os rapazes sentem interesse pelas moças e vice-versa. Também ocorre a atração entre indivíduos do mesmo sexo. Mas algumas pessoas têm sérias dificuldades nessa área. Mais que buscar um parceiro, elas rejeitam seu próprio corpo e acabam por se submeter a operações cirúrgicas para harmonizar seu sexo biológico com o psicológico. São os chamados transexuais. Um dos mais conhecidos no país é a bela Roberta Close, que até hoje assina Luiz Roberto Gambini Moreira. O mais novo é provavelmente Johanna, que inspirou o texto de VEJA: um garoto alemão de 14 anos que recebe hormônios femininos, receitados por psiquiatras e endocrinologistas, "para ficar mais parecido com uma garota". 

Afinal, onde reside a sexualidade, nos órgãos genitais ou no psiquismo? O que levou Johanna a se apresentar como uma menina em outro corpo, com tamanha convicção que convenceu a comunidade científica? Coloque essas questões em debate na sala de aula, com base no texto de VEJA. Para a aula, Providencie um mapa da anatomia interna masculina e feminina.
 

Chame a atenção dos estudantes para os papéis dos hormônios citados na reportagem: estrógeno e testosterona. Nesta lição, é importante destacar os caracteres sexuais secundários. Lembre que o primeiro, produzido nos ovários, determina os traços sexuais secundários femininos (formação dos seios, distribuição de gordura pelo corpo e voz fina); o segundo, produzido nos testículos, responde pelas características sexuais secundárias masculinas (aumento de massa muscular, distribuição de pêlos e voz grossa).
 

Apresente o mapa com o esquema interno dos órgãos masculinos e femininos. Ele fornece subsídios para discutir um dos temas centrais do texto: a transgenitalização. Quais devem ser os maiores problemas para a transformação anatômica? Comente a necessidade de modificar a posição da uretra (no homem ela sai "para a frente" e na mulher, "para baixo").
 

Coloque em discussão a questão do prazer. O tema deve ser examinado com cuidado, descartando preconceitos e piadinhas. Recorde que a glande do pênis é uma região ricamente enervada, sensível portanto. O transexual deixa de sentir prazer após a cirurgia? Por isso travestis conhecidos, como Rogéria (ou Astolfo Barroso Pinto), dizem que não pretendem retirar o órgão? Conte que, se houver bom domínio da técnica cirúrgica, é possível levar a enervação até a futura "vagina". Esta, entretanto, jamais terá função reprodutora.
 

Pergunte se, após a operação, o fornecimento do estrógeno pode ser suspenso. Leve os jovens a perceberem que o transexual não possui ovário e, por isso mesmo, não produz o hormônio. Em outras palavras, Johanna deverá tomá-lo pelo resto da vida. Nesse instante, levante outro tema importante suscitado pela revista: a determinação do sexo. Pergunte como isso ocorre. É provável que os alunos respondam "pelo X e Y", mesmo que não saibam exatamente do que se trata. Eles estão se referindo, claro, aos cromossomos sexuais. Diga que nossa espécie tem 23 pares de cromossomos, 22 chamados autossômicos e um chamado sexual, sendo esse par XX na mulher e XY no homem. A presença do Y está relacionada à produção de testosterona ainda na fase embrionária, o que induz a formação das gônadas masculinas. Na ausência do cromossomo Y, os mesmos órgãos embrionários tornam-se gônadas femininas.
 

E se, por algum motivo, esse hormônio não for adequadamente produzido na fase correta? O que ocorreria com um feto 22XY? E se a testosterona for produzida num feto 22XX? Conte que esses são os casos de pseudo-hermafroditismo. A genitália externa é um tanto ambígua, mas as gônadas não são funcionais. Em geral, a criança é criada como menino ou menina, segundo a aparência da genitália externa, que deve ser "corrigida" cirurgicamente na adolescência. Entramos novamente num campo controverso. É assim que se resolve a questão? Existem diferentes formas de definir sexo: sexo cromossômico, sexo hormonal, sexo genital externo e até mesmo sexo protéico. E o sexo "psicológico"? A escolha e a identificação pessoal não são levadas em conta?
 

 
Informe que todo ano, em muitas cidades, realizam-se "Paradas Gays". O nome oficial do evento, em São Paulo e outras localidades brasileiras, é Parada do Orgulho GLBT - sigla de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneres. É nessa última categoria que estão os transexuais. Sugira a montagem de um painel sobre a mais recente parada gay de sua cidade ou de núcleos vizinhos.
 

A mobilização de gays e lésbicas contra a discriminação sexual vem garantindo a eles uma aceitação social crescente, apesar da sobrevivência de preconceitos disfarçados. Como eram vistas, no passado, as minorias sexuais? Eram respeitadas ou segregadas? Proponha pesquisas sobre o tema. Vale a pena abordar a situação dos eunucos, indivíduos que tiveram os testículos removidos e que se encarregavam da guarda dos haréns. Muitos deles ocuparam posições de prestígio nos impérios Chinês e Otomano (turco). Oriente também estudos sobre a presença dos
 castrati na música européia do século XVIII. Esses meninos eram submetidos à remoção dos testículos antes que a chegada da puberdade prejudicasse a pureza de suas vozes. Peça que a turma procure explicar esse fenômeno. Conte que o mais famoso dos castrati foi o napolitano Carlo Broschi, conhecido como Farinelli. Ele conquistou sucesso por toda a Europa e sobretudo na Espanha, onde permaneceu quase 25 anos, chegando a ser tão influente quanto um primeiro-ministro.

Consultoria Marcos Engelstein

Professor do Ensino Fundamental do Colégio Santa Cruz e assessor de Ciências do
Colégio Anglo-Brasileiro, ambos de São Paulo





Mesmo com as mulheres já sendo aceitas, com restrições, nas pistas, campos e estádios, a partir do século XIX, algumas precisavam enfrentar a família para praticar esportes. Acreditava-se que o esforço excessivo do corpo feminino era uma violação do físico e da estética. Não era difícil encontrar quem atribuísse à atividade esportiva a incapacidade de gerar filhos. Pior: poderia haver um tipo de masculinização. As competições entre mulheres eram consideradas perniciosas, até mesmo uma tentação. Pensava-se que elas favoreciam o exibicionismo, já que as atletas não poderiam competir com o corpo todo coberto. Por isso, a primeira modalidade adotada por elas foi a natação, já que o corpo ficava totalmente imerso na água. Peça uma pesquisa em grupo sobre o contexto histórico e social em que estas atletas conseguiram romper os tabus e se destacar.

 






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