EM BUSCA DA IGUALDADE

“Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.”

(Karl Marx)

Uma sociedade democrática, justa e humanitária pressupõe o respeito a todas as pessoas e a garantia de direitos, independente de sexo, cor, idade, condições físicas, mentais e orientação sexual. Esta é uma disposição de nossa Lei maior, desde 1988. Cabe aos conselhos promoverem a discussão na sociedade, estimulando a transformação da mentalidade antiga para estes novos conceitos, visão de homens e mulheres, combatendo as desigualdades e valorizando a diversidade humana, em que todas as diferenças são fundamentais.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Unidade 3 – Desigualdades raciais e realização socioeconômica: uma análise das mudanças recentes


O entendimento dos conceitos utilizados em nossa sociedade para discriminar, mascarar ou ocultar o racismo é um passo fundamental na construção de uma educação antirracista. Atualmente, é muito comum, ao falarmos em raça, sermos acusados de racistas, como se a simples menção ao conceito significasse uma aceitação do que ele historicamente significou e ainda significa. Fugir ao debate não resolve o problema, pois o racismo e os seus efeitos podem ser percebidos no nosso cotidiano, na escola e fora dela.
Os conceitos de raça e etnia ainda hoje são bastante controversos, especialmente quando utilizados como sinônimos e que ainda persiste no vocabulário de muitas pessoas. É necessário desvendar a história e os fundamentos políticos destes conceitos para que as dúvidas possam ser dirimidas.
Desigualdade racial no Brasil tem sido o enfoque de numerosos estudos nos últimos anos. O tema tornou-se importante para o debate sobre oportunidades socioeconômicas depois de quase ter sido esquecido por cientistas sociais. A razão principal para isto era que as relações raciais no Brasil vinham sendo vistas dentro de um contexto de “democracia racial”, no qual se assumia que todas as raças viviam juntas sem nenhum conflito ou desigualdade social diretamente associada a relações raciais, mas a relações de classes. Assim, a noção sobre o povo brasileiro incluía “povo pacífico” ou “o homem cordial”. Para essa visão, embutida na natureza da sociedade há uma tendência para conciliação e concerto em lugar de conflito. Um exemplo disto é, até recentemente, a insipiente representação de movimentos raciais e/ou étnicos que reivindicariam a igualdade de oportunidades sociais para grupos raciais distintos (Hasenbalg e Valle Silva, 1988).
Até o século XVIII, o conceito de raça foi um termo referente a grupos com ancestrais comuns, não sendo utilizado para designar a natureza dos indivíduos pertencentes a esses grupos. A explicação das diferenças físicas entre os homens era apoiada no paradigma cristão. Nesta visão, algumas sociedades não seriam destinadas ao desenvolvimento e ao progresso pelo fato de seus habitantes serem classificados como “pagãos, hereges”. Outro aspecto importante dessa visão é a dedução de que europeus, asiáticos e africanos deveriam possuir ancestrais distintos uma vez que as diferenças entre eles se repetiam em sucessivas gerações.  Na Antiguidade, gregos e romanos notavam diferenças de cor entre os indivíduos, mas essas diferenças eram atribuídas ao clima. Os negros seriam escuros porque o sol havia bronzeado as suas peles e frisado os seus cabelos. Os brancos seriam claros por falta de sol. A cor dos membros de um grupo, até então, não era destacada como o indicativo de sua superioridade ou inferioridade. O que realmente importava não era a cor da pele dos povos e, sim, se eles eram “civilizados” ou “bárbaros”, diferenciação ligada à cultura, linguagem ou religião.  Na região Mediterrânea, havia “civilizados” e “bárbaros” de todas as cores.
A estratificação social: indica a existência de diferenças de desigualdades entre pessoas de uma determinada sociedade. Ela indica a existência de grupos de pessoas que ocupam posições diferentes;
Estratificação econômica: baseada na posse de bens materiais, fazendo com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária;
Estratificação política: baseada na situação de mando na sociedade (grupos que têm e grupos que não têm poder);
Estratificação profissional: baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade;
A estratificação social é a separação da sociedade em grupos de indivíduos que apresentam características parecidas, Ex: negros, brancos, católicos, protestantes, homem, mulher, pobres, ricos, etc.
A estratificação é fruto das desigualdades sociais, ou seja, existe estratificação porque existem desigualdades.
A estratificação social esteve presente em todas as épocas, desde os primeiros grupos de indivíduos até os nossos dias. Ela apenas mudou de forma, de intensidade e de causas.
Teoria Econômica Neoclássica - A Escola Neoclássica surge na década de 1870 e introduz, na teoria clássica, novas produções do pensamento econômico, principalmente os Marginalistas, como William Stanley Jevons, Léon Walras e Karl Menger, que propuseram novos modelos teóricos acerca do valor, da utilidade, do trabalho, da produção, da escassez, da formação dos custos e dos preços. Para os Neoclássicos, o foco mais importante era o funcionamento do sistema de mercado e seu papel como alocador eficaz de recursos.
Racialmente endogâmicos - casamentos entre pessoas pertencentes à mesma raça/etnia.
Mobilidade ascendente - movimento de ascensão e elevação na escala social.
Teoria Econômica Neoclássica - A Escola Neoclássica surge na década de 1870 e introduz, na teoria clássica, novas produções do pensamento econômico, principalmente os Marginalistas, como William Stanley Jevons, Léon Walras e Karl Menger, que propuseram novos modelos teóricos acerca do valor, da utilidade, do trabalho, da produção, da escassez, da formação dos custos e dos preços. Para os Neoclássicos, o foco mais importante era o funcionamento do sistema de mercado e seu papel como alocador eficaz de recursos.
Regulação do Trabalho Doméstico - Em junho de 2010, será realizada a 99ª Conferência Internacional do Trabalho (OIT) para discussão da adoção de um instrumento internacional de regulação do trabalho doméstico. O debate se baseia no documento Trabalho decente para trabalhadoras domésticas, publicação que sistematiza os questionários respondidos pelos estados membros da OIT sobre as condições do trabalho doméstico em cada país. Nesse documento, a FENATRAD - Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas - se destaca por ter sido uma das poucas organizações de trabalhadoras domésticas do mundo que participou do processo de consultas.
Autonomização - processo que se governa e se reproduz por si mesmo e por suas próprias leis, de forma independente.
Autonomização de status - Corresponde à fase do ciclo de vida na qual o/a jovem começa a adquirir status social próprio, envolvendo primordialmente duas dimensões: acesso ao mercado de trabalho e escolha marital (que corresponde aos diferentes arranjos na constituição de uma nova família).
Realização de status - fase correspondente ao momento no qual o indivíduo assume um status próprio e autônomo definido a partir da sua posição na estrutura sócio-ocupacional e da distribuição da renda pessoal.
Não há solução em curto prazo para esses problemas. Para que a essa situação seja vencida, é necessário vontade política e compromisso com os valores da igualdade social e dos direitos humanos; uma política econômica adequada, que gere recursos; um setor público eficiente, competente responsável no uso dos recursos que recebe da sociedade; e políticas específicas na área da educação, da saúde, do trabalho, da proteção à infância, e do combate à discriminação social, e outras. Tudo isto é fácil de dizer, e difícil de fazer. A construção de uma sociedade competente, responsável, comprometida com os valores de equidade de justiça social. O caminho é longo, mas podemos muito contribuir na criação e execução de projetos que permitam a conscientização sobre a igualdade. Trabalhar junto com as entidades políticas na criação de leis que valorizem o direito, bem como as suas habilidades e potencialidades. Participar de movimentos sociais, trabalhar como mediadora entre escola, aluno, pais e comunidade estabelecendo relações entre todos, incentivando os a contribuir nesse processo de promoção à igualdade, da melhor maneira possível.

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