A família é a base para a formação do caráter das pessoas, em qualquer época, situação e cultura. Ela sempre foi de fundamental importância para que os indivíduos encontrassem seu ponto de equilíbrio dentro da sociedade. A maneira com que uma pessoa se comporta, suas atitudes e a maneira de se relacionar com os outros depende diretamente do meio familiar no qual foi criada. Ao longo dos anos, porem a família vem mudando, ou melhor, as pessoas que dela fazem parte vêm desempenhando papéis diferentes daqueles que antes desempenhavam.
O tempo que era totalmente dedicado à administração do lar e a educação dos filhos com a saída da mulher para o mercado de trabalho ficaram bastante reduzidos, sobrando pouca disponibilidade para o diálogo. Ao longo do tempo a figura feminina sempre foi associada aos cuidados domésticos e familiares.
O papel da mulher como mãe continua o mesmo, mas a este se somam tantos outros provenientes da sua posição profissional, para conseguir dar conta de tantas atribuições e acompanhar essa mudança de papel dentro da sociedade, ela precisa contar com a participação dos homens, que por sua vez, não podem esperar que as mulheres se comportem como as suas mães.
O reconhecimento dos direitos entre mulheres e homens avançou do ponto de vista legal, mas ainda há muito caminho a percorrer, sabemos que as mulheres ainda estão excluídas em determinados espaços.
A história de ser homem ou mulher começa desde a gestação, quando os pais decidem que vão comprar roupa, cor-de-rosa para a menina e roupa azul para o menino, aí começa o processo de diferenciação. A partir daí o menino e a menina no seu processo de crescimento, significa que homem não brinca com boneca. Quando adulto, como pai, não vai se esperar dele carinho, cuidado, que pegue o filho no colo, troque a fralda. Porém a menina cresce sabendo que quando for mãe, terá que trocar fralda, cuidar da casa e outras coisas.
Nos dias atuais as mulheres desempenham funções muito diversas e às 24 horas de um dia parecem não ser suficientes para que elas dêem conta de tudo, trabalho, família, vida social e religião.
Historicamente, o espaço público era restrito aos homens como cidadãos, tendo sido as mulheres dele excluídas durante muitos séculos, confinadas ao mundo doméstico. A crescente participação feminina nas atividades econômicas, políticas e legislativas, tem sido fruto de considerável esforço do movimento feminista. O mercado de trabalho era um espaço de hegemonia masculina, até a metade do século XX, as mulheres não tinham o horizonte da carreira profissional ou a participação na vida pública.
Conforme dados divulgados pelo IBGE, em 2004, a distribuição percentual da PEA (população economicamente ativa) por sexo era de 56,9% para homens e 43,1% para as mulheres. Hoje a presença das mulheres no mercado é expressiva, embora ainda sofra discriminações se comparadas aos homens.
As mulheres ganharam espaços, muitas sustentam a casa, os filhos e às vezes também os maridos, mudanças recentes na legislação civil permitem que as mulheres sejam reconhecidas como “Chefes de Família”, designação antes reservada somente aos homens. Esta é a realidade de muitas, no meu trabalho tenho vivenciado muitas mães, que faz o papel de mãe e pai, que sofrem agressões, maus tratos e preconceitos.
Faz cinco anos que as agressões domésticas contra mulheres passaram a ser tratadas de forma séria no Brasil, um país onde a Justiça, até pouco tempo, atenuava condenações de homicídios e agressões quando estava em jogo a honra masculina. Desde a sanção da Lei Maria da Penha (11.340/06), foram abertos mais de 300 mil processos e promulgadas mais de 100 mil sentenças. Houve também pelo menos 1.500 prisões em flagrantes, um número bastante baixo para o tamanho do país e do tempo em análise, mas que a gente releva pelas dificuldades em torno de um flagrante. Essa lei acabou com as sentenças alternativas, mudou o Código Penal e permitiu prisões preventivas. “Em nossa sociedade a violência contra a mulher é a principal expressão da dominação masculina”.
Enfim, através de muitas lutas e mobilizações, as mulheres conseguiram conquistar um espaço maior na sociedade. O direito ao voto, ao estudo, a ocupar cargos políticos, militares e em diversas profissões do mundo do trabalho, que antes eram tidos como exclusividades dos homens.
As mulheres não querem tomar o lugar dos homens, mas construir uma nova sociedade, em que seja respeitada igual a qualquer homem, onde haja valorização, igualdade de direitos e deveres, participação no mundo público com dignidade.
A sociedade não será melhor com a mulher imitando ou querendo ser superior ao homem, ela fará a sua parte tentando desfazer as marcas patriarcais, ajudando a humanidade repensar os valores e conceitos que traz enraizado na sua vivência social e nas relações culturais do cotidiano. A sociedade só será melhor quando o homem e a mulher tiverem garantido os direitos iguais, como mencionados na Constituição Federal.
“Precisamos participar da vida social sem medo de ser mulher. Combater a marginalização veiculada nas propagandas, músicas, piadas... que todos os dias são utilizadas por mulheres e homens, que sorriem e ainda acham graça do preconceito, do racismo, da violência, da prostituição e do adultério.”
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